Balada do desaforo


O que devo usar para me construir?
Não sei ao certo o que solidifica minhas paredes internas,
do que são feitas e os reparos que necessitam.
Sei pouco de mim, pouquíssimo,
que chega a ser vergonhosa essa minha prostração em frente ao espelho,
os olhos inchados de chorar, a cara torta depois da surra,
procurando respostas tolas para perguntas fúteis.
No momento em que estou, de nada pensar e tudo sentir, 
é necessário rezar uma novena,
pedir a um pai de santo um despacho,
orar os dogmas protestantes, menos deixar ser levado
pela onda de piedade e autocomiseração
a que minha alma pede.
É um reflexo de tudo esse meu - e não somente à agressão, me refiro -
digo das dores da vida, das intercorrências pelas quais somos atropelados.
Tantas curvas e tantos trechos os quais não esperávamos.
Eu tenho esse quê de tristeza que é vitimismo.
Eu, em suma, sou um transbordamento de felicidade,
de encanto, afeto eu sou em níveis máximos.
É que de repente algo acontece e todas as nossas vaidades são abaladas.
Verdade nua e crua? Hoje só quero um abraço e
os mimetismos todos que sobram, eu quero é que se explodam!

Um comentário:

  1. Tem momentos que não vamos com a nossa cara, então, melhor esperar o outro dia onde a gente é outro.

    Vc está maravilhoso, de trecho em trecho
    bj, meu amadico

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