Medos desvendados (e mantidos)

São tolos esses medos
que crescem à medida
que o amor diminui.
Que a autoestima,
que o autoconhecimento.
Aliás, medo é senão
o começo do processo,
a chama que acende,
o muro que desaba,
as marcas que rasgam.
Autoconhecimento,
autocomiseração, autoestima,
uma série de autosubstantivos 
que merecem toda a atenção
por se tratar do nosso íntimo,
da nossa pequenez
e um tanto de outros substantivos,
e a força que têm
em nos subjugar.
Digo que são tolos os medos
por serem uma repetição
daquilo que já tememos
outrora,
mas que voltam mascarados
com os anos
e o estado enfadonho
a que se transforma a alma.
São os mesmos lugares
e os mesmos anseios,
e as mesmas pessoas,
e as mesmas oportunidades perdidas.
Uma série,
mais uma delas,
de mesmices
que nos atacam a cabeça,
definham o cérebro
e disparam o coração.
Coração sem a visão metafórica,
mas cheio de sangue,
as artérias e átrios.
São tolos,
tolíssimos, os medos
porque somos nós mesmos
nos atacando.
Uma guerra em frente ao espelho.
Uma questão única 
com o próprio corpo
e psique.
É incompreensão,
angústia, cegueira
e passionalidade 
São tão tolos
que discutimos a priori,
sempre e tanto,
esse tanto de sentimento besta
que só se repete
e nos mata.
Que o medo se extirpa
das cabeças humanas.
Que a tolice seja excentricidade
da gente pouca.
Que os órgãos internos
sejam mantidos.

2 comentários:

  1. sempre achei que o medo é uma das coisas que nos fazem lembrar que, apesar de Sartre, smatphones e espaçonaves, continuamos sendo não mais que animais. é instintivo, inato.
    e terrivelmente tocante quando está nas tuas mãos.

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  2. marcelito, vc anda com a navalha na manga e corta!
    amei!
    bj, meu amadico

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