Por trás dos olhos teus


A Laura C. Nunes

Eu quis te fazer uma poesia
que falasse dos quadros na sua parede,
do seu cabelo de lado, meio rainha, meio moleca;
quis falar dos seus lábios pintados,
novidade pra mim,
e da sua mão macia, delicada,
que maneja como ninguém o sentimento alheio;
quis falar do seu sorriso que me desmonta
e falar, quem sabe,
do abraço interrompido, da fala não dita,
malditas as nossas bocas,
que cessam qualquer palavrear.
Mas me deparei com você quieta,
muda, parada na foto, me dizendo tanto.
Um bocado de mim veio pra fora
quando te olhei. Agora sou assim, exposto.
Eu deixo correr. 
Você tem andando em mim todo,
principalmente no peito.
Por entre os pelos, a gordura,
eu sou todo um indicativo de infarto,
mas por ler você, por ver você, 
por ter você tatuada em mim.
Eu quero um dia poder construir edifícios em sua homenagem,
falar àquela gente que nada sabe e lembrar dos teus ensinamentos de mulher.
Você é mulher, das melhores,
das boas.
Gostosa!
Eu te como todos os dias,
me alimento de você inteira,
que estar perto de você é fartar-se,
ganhar peso, brilho no olho, afago na cabeça e beijo.
Eu sinto um beijo quente
e não é na boca.
É na cabeça, feito tiro.
Eu morro, desmorro e morro de novo só por olhar o teu ser,
por você ser assim inteira, fatídica.
Um presente que não foi dado,
um abraço apertado
e um clichê pra terminar:
te amo pra caralho!

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