Eu não tenho traços bonitos
Tenho a alma perdida
Encontro ela vezenquando na esquina
Dou um beijo, a afago
Pergunto seu preço e está barata
Não faço mais nada
Desertifico meus dias procurando-me
(Não só a alma, mas também a mente)
E acabo por encontrar-me
Macambúzio
No meio-fio do inferno.
As labaredas acariciam minha cara
Conforto de quem tem nada
Não é
E não consegue forjar.
Já fui, certa feita, marionete
Mas as amarras pelo corpo cansam.
Tento lembrar
A última vez que escovei os dentes
E o cabelo.
A memória fraca diz-me que nunca
Mas lembro-me de certo asseio
Em algum momento.
Sou, agora, um personagem de Machado de Assis
Ou Fernando Sabino
Deitado à alcova
Esperando o derradeiro, o que fecha a cena.
Contudo, a eles coube, antes do fim, o começo e o meio
E a mim, cabe apenas lamentar
Não ter aproveitado as chances
Batidas à porta.
Essas chances não aproveitadas sempre querendo nos anular... Ainda bem que existe a poesia.
ResponderExcluirainda bem que existe a poesia.
Excluire a poesia do Marcelo.
Sou um e nenhum, sou ninguém. Sou qualquer um.
ResponderExcluirSou o sol, a luta ou o mar
Sou a experiência a aprofundar.
dentrodabolh.blogspot.com
Maravilhoso.
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