Noite sorocabana

Foto: Thaynara Melo


os faróis dos carros
vaga-lumes sonoros
cortando a noite
fervilhando as avenidas
desenhando cenas cotidianas
à beira da marginal
descendo ao parque das águas
as colinas acesas
as mãos levantadas
pulamos sem saber como cair
eu grito pela janela
e a voz presa na garganta
ecoa à cidade quieta e vadia
tremo a boca
olhos que me encaram
eu finjo loucura
ele me pega na mentira
bate em mim, carrasco
arranha a pele
sinto sangue correndo
minha bunda dói
e o dia amanhece

Nenhum comentário:

Postar um comentário