No hay dudas

Se me calo
não é por não entender
os cantos do seu ser, mas por entendê-los tão bem,
que somente o silêncio os traduzam.

Cada recorte hoje consumado
fora outrora ponto de exclamação,
onde arduamente, dia após dia,
trabalhei minhas certezas
em cima dos seus porquês.

Dias infindáveis, noites recolhidas,
todas resignadas a um único propósito:
fazer da tua alma
morada para os meus sonhos romanescos
e vontades incontidas.

Encontrei, por acaso, o teu sorriso perdido no ar.
Os dentes alvos, mas os olhos fundos.
A quem pertenceriam aqueles olhos de prever o futuro?

E de ninguém eram.
Ninguém ainda os havia perscrutado.
Eram secos de vida e procura;
flores do campo ainda em semente.

Meu coração demoveu-se, então, a fazê-lo feliz,
tornar a vida daquele ser única a ser reparada,
único trajeto a ser percorrido.
Era, para mim, como a maratona que se quer vencer.

E venci.

Hoje, se não sabe como interpretar a si mesmo,
se existe ainda dúvida em teu peito,
atina, homem, como a um troféu.
Meu!
Mas seu, também. E primeiramente.

Que toda a batalha,
só fora vencida e tida como obstáculo a ser ultrapassado,
porque depois da linha,
naquele horizonte crepuscular,
havia você.

E todo o silêncio do final da tarde
E todos os aplausos dos transeuntes.

3 comentários:

  1. Que amor!

    Quero um destes pra mim! Lindo de viver e amar e consumir até a última batida do coração...

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  2. o coração é um país sempre em estado de batalhas.

    Amadico, vc está impossível com esses (ape) trechos de amor
    bj gigante

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