Amor do desencontro

Meu amor sempre foi um apelo.
Dado a você cordialmente
mesmo depois de tanto descaso.
Um pouco como a morte.
Meu amor sempre foi morte;
cordialmente cedi meu coração
para o seu corpo.
E não é tão romântico
como deveria ser,
mas é.
E eu amo você de tantas maneiras
que a correta eu deixei passar.
Meu amor ao seu pelo
sempre foi um descaso à minha sanidade.
Aos contornos seus
eu fiz odes imensas,
fiz tantas outras coisas.
Desenho você nu na minha mente
e lhe como inteiro
feito café da manhã.
Uma fruta, uma pele descascada,
um pé seu que me pisa
E o apelo do meu corpo pela respiração sua,
suor dos meu poros
a canção dos seus.
Um céu imenso cheio de nós.
Eu caio como besta nas suas armadilhas
e os meus apelos você não escuta.
Um cego, outro surdo,
que o amor bom
é o do desencontro.

2 comentários:

  1. AMEI. AMEI demais!

    "Que o amor bom é o do desencontro"

    Que coisa mais linda do mundo, Celo!

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  2. A-DO-REI! Uma delícia essas linhas. Frase final me arrebentou de vez. AFF

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