Amor de gaveta

Alguns amores eu guardarei para sempre na gaveta.

Explico: amores inacessíveis
amores longe
geografia errada
e uma pitada de sarcasmo divino

Não os verei nunca
e não porque não os goste
mas por gostar demasiado
e o medo da decepção
me rondar

É uma forma estranha de gostar
como comer aos poucos o doce que se regala
em pedaços pequenos, porém,
para que dure
não acabe.
Imortalidade relativa.

Não é um poema longo
só para dizer que nem todo amor é exposto
alguns são fraturas internas.
E das grandes.



[Ouvindo Céu]

Um comentário: