que tenta voar, lança-se ao céu,
tenta alçar voo
para a imaginação que o sustenta.
Mais um pássaro,
penas negras e olhar estreito,
oblíquo,
única saída para os espinhos
que a nascença lhe concedeu.
Mais um pássaro
que tenta mas não consegue,
piou uma ou duas vezes,
cantou os solilóquios
e ninguém o ouviu.
Mais um pássaro abandonado à revelia,
atirado ao mundo,
correndo perigo,
os predadores e suas armas,
tecnológicas, de longo alcance.
Mais um pássaro que padece
da própria existência,
que morreu de viver
e viveu pra morrer
da intolerância por suas penas,
que eram tão mais coloridas,
fora de padrão.
Mais um pássaro
e todos somos pássaros.
(À memória de alguém que não conheci, mas padeceu da mesma intolerância que eu vivo. Vá em paz!)
E eu também sou um pássaro um tanto que colorido e posso dizer que esse poema é um dos mais profundos que você escreveu.
ResponderExcluirSeja lá quem for, que vá em paz. Amém.