Comuns, tiraram o dia para se amarem.
Dia passando, o sol alto, ela arde
a vontade de beijá-lo. Queima a largada
e volta para o início. Ele, bobo
não entende as tentativas e fala de Kafka,
Nietzsche, o último do Almodóvar,
faz um café e deitam-se na rede.
É um fim de tarde de fotografia
e os dois são duas rolas, brincando,
bicando-se, mas não há encaixe.
Corpos deitados, pernas resvalam-se
e a redoma começa a ser quebrada.
Medo, é o que trava a vontade,
pairam no ar, respiração forte.
Uma dança de cegos é o que sucede
no coração dos dois. Ele tira o cabelo
da testa, que brilha com o suor.
Olhar queima a pele, tira as lembranças
da caixinha do passado. Remexe
o estado de inércia das dores.
Pronto, foi feita a conexão.
Beijaram-se ao pôr-do-sol
e no dia, nada mais aconteceu.
nada mais acontece quando se tem o amor.
ResponderExcluirLindo! Como sempre!
ResponderExcluirAcho legal mudar, não sabia que o outro blog havia simplesmente... expirado! A cara desse está 10!!
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