cai a água e cai tudo
caem as folhas, os galhos
que caem no rio,
seguem o fluxo
e desaguam -
aguam em outros rios,
nascentes, afluentes
e mares.
E o rio passa por lares,
casas, vilarejos,
cidades inteiras,
homens destruídos,
vidas secas.
Um amontoado de
mágoas;
Um bocado de
tristeza;
Alguns olhos tristes,
receosos, oblíquos,
bichos arredios.
A água leva consigo
o mal
feito indisciplinadamente,
contra o bom homem,
à favor do mau.
Leva consigo
o sussurro, o grito,
a dor da mulher parida
e chifruda,
o grito do inocente,
o uníssono avilte
contra o guri enclausurado.
Na cachoeira dissipam-se as dores.
Na cachoeira elas se desfazem.
Com a queda -
e depois dela -
tudo segue em frente,
como o som da boa música
e o sentimento
do bom coração.
Massa mesmo. E fica aqui um poema & um som (ou dois poemas & dois sons):
ResponderExcluirminhas 7 quedas
minha primeira queda
não abriu o pára-quedas
daí passei feito uma pedra
pra minha segunda queda
da segunda à terceira queda
foi um pulo que é uma seda
nisso uma quinta queda
pega a quarta e arremeda
na sexta continuei caindo
agora com licença
mais um abismo vem vindo
(p. leminski)
http://www.youtube.com/watch?v=-uoXuP6UFL4
Aprendi que o tempo leva tudo o que a gente quer e o que a gente não quer... Estava precisando ler isso hj...
ResponderExcluirBeijo grande...
P.S. gostei daki...